Maneiras Saudáveis de Lidar com os Medos na Gravidez

A gravidez é uma fase repleta de sensações e emoções. É natural sentir alguns medos na gravidez, bem como ao longo de toda desafiadora jornada de ser mamãe.

COMPARTILHANDO VIVÊNCIAS

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NA IMAGEM TEM UMA BARRIGA DE GRAVIDEZ COM UM URSINHO PROXIMO E A FRASE OS  MEDOS DA GRAVIDES
NA IMAGEM TEM UMA BARRIGA DE GRAVIDEZ COM UM URSINHO PROXIMO E A FRASE OS  MEDOS DA GRAVIDES

 Olá mamães!

Espero que todas estejam bem!

Hoje vamos conversar sobre um sentimento bastante presente desde quando desconfiamos da possibilidade de uma gravidez, principalmente para as tentantes e que perdura por toda a gestação, aquele que causa um certo friozinho na barriga, que pode nos encorajar a seguir, mas que também pode nos paralisar diante do desconhecido, sim, vamos conversar sobre o “Medo”.

Segundo o dicionário, o medo pode ser definido como “um estado emocional que surge em resposta à consciência perante uma situação de eventual perigo, podendo ser também compreendido como um sentimento de receio ao desconhecido. E o que pode definir melhor uma gravidez? Se não a convivência constante com o desconhecido, mesmo já tendo experiências anteriores, cada gestação é única e apresenta seus próprios desafios.

Como já conversamos, a gravidez é uma fase repleta de momentos, sensações e experiências únicas. É o momento mais encantador na vida da mulher, mas atrelado a todo esse encanto, surgem situações ainda não vivenciadas por nós, e que nos causam muitos medos. Às vezes eles acabam se tornando, ou acabamos deixando-os maiores do que realmente são, o que é super normal, uma vez que todo o desenvolvimento da gravidez acontece dentro do nosso corpo estando fora de nosso alcance, o que cabe a nós é fazermos o necessário para que o bebê tenha um bom desenvolvimento, mas não temos o controle de tudo, não é mesmo?

Como já mencionei em posts anteriores, minha gravidez foi um pouco complicada, e naturalmente o medo esteve presente desde o início até o nascimento. Quando decidimos engravidar, fazer um teste de gravidez era sempre um misto de sensações, a grande expectativa para o positivo e o medo de mais um negativo, o que causava uma certa frustração. Mas conversaremos sobre isso em outro post, ok!

E é claro que não parou por aí! Por já termos vivenciado uma perda, mesmo com o positivo, temíamos que acontecesse novamente, principalmente pelo fato de apresentar os mesmos sinais da perda anterior, que no meu caso, eram episódios de sangramento. Lembro-me que estava indo trabalhar e ao ir ao banheiro, observei um pequeno sangramento. Sem hesitar, passei na farmácia, comprei outro teste e fui direto para casa, chorando durante todo o caminho, pois acreditava estar perdendo novamente meu bebê. No dia seguinte, assim que acordei, fiz o teste e, graças a Deus, aparentemente estava tudo bem. Liguei para a minha médica, e no dia seguinte fizemos um exame Beta HCG, e os hormônios tinham aumentado, era um bom sinal de que tudo estava ocorrendo bem. Este, infelizmente, não foi o único episódio de sangramento que tive durante a gravidez, principalmente no início, durante os primeiros quatro meses, o medo da perda perdurou de forma bastante significativa, a ponto da médica recomendar repouso absoluto, tendo que ser afastada do serviço, a qualquer simples movimento ou curtíssimo período em pé, por exemplo, já apresentava sangramento, tudo devido a um descolamento da placenta. Aos poucos ele foi diminuindo, e a gravidez evoluindo bem e eu pude voltar a ter uma rotina um pouco mais normal, voltei a trabalhar, mas sempre com muita cautela e fazendo exames de ultrassonografias semanais para acompanhar de perto o desenvolvimento da gravidez e principalmente do meu bebê.

Por volta do sexto mês de gestação, ao realizar uma ultrassonografia, descobrimos que meu bebê não estava se desenvolvendo da maneira que deveria, não estava apresentando o crescimento de acordo com a semana gestacional devido a proteinúria( perda de proteína pela urina) esse foi um dos maiores medos que sentimos, acho que pelo fato do medo da perda ser menor nesta época. Lembro que nesse dia meu esposo não me acompanhou no exame, ao sair falei com ele e também com minha médica, que recomendou o início imediato de um suplemento. Nesta época, tínhamos o péssimo hábito de pesquisar na internet sobre tudo que tínhamos dúvida, resultado de exame, uso de medicamentos, sintomas que surgiam, tudo.E digo, péssimo hábito, pois muitas vezes ficávamos ainda mais assustados e acabávamos deixando o medo tomar conta da situação. Lembro-me de que desconfiávamos de várias coisas, como, por exemplo, nanismo. Pensávamos que ele poderia nascer com alguma dificuldade, entre outras questões. Amaríamos de qualquer forma, mas tínhamos medo. Outra situação comum na gravidez que nos causava muito medo era a falta de movimentação. Meu bebê sempre foi muito agitado, mexia-se o tempo todo, e por duas vezes ele parou de mexer. Ficamos assustados e fomos para o pronto-socorro. Durante o exame, ele se movimentou tanto que uma das enfermeiras chegou a questionar se ele havia parado de mexer mesmo, demonstrando certa desconfiança em relação à nossa fala.

Mas aos poucos, tudo foi se normalizando, seguimos todas as orientações/recomendações da médica, fomos nos acalmando e a gravidez evoluindo bem.

Até que chegou o grande dia, o “Parto, um momento único, mas que nos causa um turbilhão de sentimentos, sendo o medo o principal deles. Lembro que senti tanto medo neste dia, desde o momento da consulta, na qual a médica disse que meu bebê estava pronto para nascer, que só precisaria ver a disponibilidade da maternidade. Após tudo confirmado, seguimos para a sala de cirurgia, lembro que ao entrar no elevador com a enfermeira me dei conta do que estava acontecendo e a partir daí, o medo, o nervoso e a felicidade ganharam uma proporção enorme dentro de mim, não sabia se chorava ou sorria, foi um momento bastante tenso, mas tudo transcorreu bem, meu bebê nasceu super saudável.

E a partir desse momento, surgem outros e outros medos não é mesmo? Os primeiros cuidados, o primeiro banho, a amamentação, as vacinas, as primeiras noites em casa, a primeira febre entre outras primeiras vivências com o seu bebê, que naturalmente você sentirá medo, mas que conseguirá superar, algumas vezes por tentativas e erros, mas que fazem parte, nós mulheres quando nos tornamos “Mães”, descobrimos uma força e certas habilidades até então desconhecidas e que somos capazes de fazer até o impossível por nossos filhos e principalmente entendemos que o medo e a insegurança fazem parte deste processo

Mas aqui vale ressaltar, que embora o medo faça parte do processo, não podemos permitir que ele nos impeça de também vivenciar e curtir esse processo, digo isso, por experiência própria, durante minha gravidez, em algumas situações deixamos o medo tomar conta da situação, a ponto de não curtirmos tanto a gestação. Ficávamos tão preocupados a ponto de não aproveitarmos os momentos mais simples. E hoje, ao olharmos para trás e refletirmos, temos a consciência de que algumas coisas poderíamos ter feito, sentido e vivenciado diferente. Curtimos nossa gravidez e todas as suas fases, realizamos nossas vontades, registramos os momentos importantes, mas sempre com muita cautela e uma pontinha de preocupação, confesso que às vezes exagerada e desnecessária, mas que na época fazia sentido, e talvez se fizéssemos diferente hoje nos causaria um certo arrependimento, diante do resultado final.

Mas, enfim, o medo está presente e faz parte de nossas vidas, e isso é positivo até certo ponto. Só não podemos deixá-lo tomar grandes proporções em nossas vidas, nos impedindo de viver novas e incríveis experiências seja com nossos filhos ou em nossa vida pessoal, profissional, impedindo-nos de evoluir e alcançar nossos objetivos.

E você Mamãe, quais foram seus medos durante a gestação? Conte-nos, ficaremos felizes em ouvir seus relatos.