Maternidade sem rede de apoio
Ter uma rede de apoio é importante para o bem-estar físico e emocional da mãe. Mas não é uma regra. Descubra como vivenciar a maternidade sem rede de apoio.
COMPARTILHANDO VIVÊNCIAS
Olá, Mamães!
Espero que estejam bem e já adaptadas a esta nova fase da vida de vocês!
Hoje vamos conversar sobre um tema que gera bastante polêmica: a tal da "Rede de Apoio". Atualmente, muito tem se falado sobre a importância e a necessidade dessa rede. Mas o que é, de fato, uma rede de apoio? Será que é tão essencial assim? E as mamães que não dispõem dessa rede, como conseguem dar conta de tudo, muitas vezes sozinhas? São muitas questões que envolvem esse tema. E você, o que pensa sobre esse assunto? Deixe sua opinião nos comentários.
Como já conversamos em outros posts, a chegada de um bebê marca o início de uma nova jornada. Nada é como antes, tudo muda: a rotina, os horários, as prioridades não são mais as mesmas. É uma fase de adaptação para o bebê e para os pais, e principalmente de muitos cuidados voltados, em sua grande maioria, para o bebê, que acaba sendo o centro das atenções e todo o restante fica em segundo plano.
Mas não podemos esquecer que, neste contexto, existe uma pessoa com o codinome de "Mamãe", que acabou de gerar uma vida e que também precisa de atenção e cuidados básicos, como conseguir escovar os dentes ao acordar, pentear os cabelos, tomar um café sem ter que apenas engolir, tirar um cochilo ou simplesmente tomar um banho tranquilo, conseguir lavar os cabelos, entre outras coisas simples do dia a dia que, após a chegada de um bebê, parecem impossíveis. Lembro-me quando meu bebê era pequeno, meus banhos ou entradas rápidas no chuveiro eram sempre acompanhados de uma linda trilha sonora, o choro dele, e ao sair do banho, tinha que dar mama para ele, era praticamente uma regra, rs.
Certa vez, estava tão atordoada que só fui me dar conta de que não tinha escovado os dentes à tarde, os cabelos dificilmente encontravam a escova, dando espaço aos famosos "coques". Sem contar os pijamas e camisolas que passam a ser o principal look do dia, por serem mais confortáveis, principalmente para as mamadas. Muitas vezes, tentava acordar alguns minutos antes dele, para conseguir tomar um café tranquilo, sentar uns segundos no sofá. Digo, tentava porque eu levantava, passava uns minutinhos e ele acordava, e aí começavam as mamadas, trocas, colinho de mamãe, e pasmem, essas tentativas ainda não dão certo, ele continua acordando em sequência, chamando "Mamãe", sendo assim, o restante do dia. É uma outra fase igualmente linda e desafiadora, mas este é assunto para outro momento, OK!
Nos primeiros dias de vida do meu filho, meu esposo estava de licença paternidade, então conseguia me ajudar em alguns momentos com o bebê, como, por exemplo, na hora do banho. Aliás, o primeiro banho foi divertido, quase inundamos a casa por conta da banheira. Ao secar o chão, o rodo quebrou. Tinha muito medo de lavar a cabeça dele por conta do ouvido, então seguimos exatamente as orientações da enfermeira. Foi um enorme desafio. Às vezes, após o banho, ele ficava com frio e tremia, então, seguindo a orientação da enfermeira, era quase uma regra dar mama para ele se aquecer, e por essa razão, muitas vezes o vestíamos com ele já no peito.
Mas logo, ele precisou voltar ao trabalho. Na época, estava em home office, mas mesmo assim precisava cumprir seus compromissos e outras obrigações que faziam parte da dinâmica do seu dia, e acabava me ajudando pouco, apenas quando era possível. Certa vez, estava tão cansada e com sono que, pela manhã, dei mama, troquei a fralda, levei ele para o pai e disse: "Agora, ele é todinho seu!". Meu esposo olhou espantado e completou: "Mas... eu não vou conseguir estudar". E eu retruquei: "Eu também não vou conseguir dormir". Fechei a porta do quarto e fui dormir um pouco. Estava muito exausta naquele dia. Mas na medida do possível, ele me ajudava, embora grande parte dos cuidados ficasse comigo. Era muito cansativo, mas por outro lado, muito bom ter aquele pedacinho de gente nos meus braços, balbuciando e sorrindo sempre que interagia com ele.
Nos primeiros momentos, sentia falta de uma rede de apoio, alguém com quem pudesse compartilhar um pouco a rotina. Por mais que amemos nosso bebê, nos sentimos cansadas, exaustas e, se for mãe de primeira viagem, também se sentirá muito insegura em várias situações do cotidiano com seu bebê.
Embora nossas famílias estivessem próximas, tinham suas rotinas, tarefas e obrigações do dia, o que dificultava um pouco estarem tão próximos e auxiliar nos cuidados com o bebê. Porém, sempre que possível, e se a dinâmica do dia permitisse, estavam presentes e acompanhavam o desenvolvimento do bebê por meio de vídeos e fotos que compartilhávamos. Outro fator que prejudicou/dificultou a criação de uma rede de apoio foi a pandemia. Quando começou, meu bebê era muito pequeno, ainda o amamentava, e tinha muito medo de contrair o vírus. Estava de licença maternidade, então saía de casa apenas para dar vacina e, sempre com muito cuidado, pois tinha muito medo, foi um período extremamente complicado, acredito para todos.
Ter uma rede de apoio é importante, mas como disse, não é uma regra. Por outro lado, tê-la contribui para a diminuição da sobrecarga da mãe, para que a mesma possa "respirar", no sentido de ter um tempinho e não estar 24 horas por dia com a função de mãe ativada. Lembro que quando meu filho tinha dois meses, precisei ir ao serviço e aproveitei para comprar uns objetos necessários para o quarto dele. Deixei com minha mãe e fui sozinha. Não foi nenhum passeio surpreendente, fui bem rapidinho e no bairro mesmo, mas ao chegar em casa estava com uma sensação boa. Eu amo demais meu filho, ele é minha maior riqueza, mas sentir-me livre um pouquinho me fez bem até para continuar cuidando dele.
Mas com ou sem rede de apoio, somos extremamente capazes de cuidar do nosso bem mais precioso. Ora parece fácil, ora difícil, mas no final tudo acaba dando certo. Cansadas, esgotadas, achando que podíamos ter feito sempre mais, mas também muito felizes.
E você, Mamãe, qual é a sua opinião sobre a importância da rede de apoio? Você acha necessário ter alguém para compartilhar os cuidados com o seu bebê? Sente ou sentiu falta desse apoio? Conte para nós como lida com essa situação. Ficaremos felizes em ouvir seu relato.

