"Maternidade Real: Desafios da Maternidade e a Importância do Autocuidado Materno"
"Descubra os desafios da maternidade real e a importância do autocuidado materno para resgatar a mulher que existe em cada mãe."
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Ei, ei, ei, você aí!!!
Sim, é com você mesma que estou falando.
Essa parte de você que anda tão esquecidinha aí dentro, que às vezes nem se reconhece mais… Eu te entendo. Também me sinto assim na maioria das vezes. Acho que acontece com muitas de nós quando nos tornamos mães.
Sim, a maternidade é linda, encantadora, emocionante, nos faz sentir um amor que nunca havíamos experimentado. Mas, por outro lado, ela também nos anula um pouco, nos apaga. E isso é natural: acontece comigo, com você e com tantas outras mães por aí. Sem perceber, vamos nos deixando de lado. Vamos nos doando, dia após dia, e quando vemos… pronto: esquecemos de nós mesmas. Sempre pensamos: “depois eu me cuido, amanhã eu faço, mais tarde eu vejo isso”. Só que esse “depois” nunca chega, porque sempre existe uma demanda mais urgente — da casa, dos filhos, da família — e acabamos não nos olhando mais como mulheres, como seres humanos com vontades, desejos e sonhos que não se resumem apenas ao papel de mãe, esposa ou dona de casa.
Na nossa mente, os pensamentos não param. Às vezes parece que vamos enlouquecer de tanto pensar. Não é que não gostemos de ser mães ou de cuidar do lar — eu amo ser mãe e amo meu filho — mas, às vezes, queria apenas um tempinho para mim. Um tempo sem ser cronometrado, sem precisar dar conta de mil e uma coisas no mesmo dia. Queria poder sentar no sofá, assistir a algo sem estar em alerta, especialmente no silêncio da casa (que sabemos bem: quase sempre significa que vem bagunça por aí 😅). Queria poder ficar de bobeira no celular, sem culpa. Essas pequenas coisas, tão simples, que também fazem parte da vida, mas que para nós acabam virando desafio.
E olha que muitas vezes até tentamos mudar. Acordamos decididas: “Hoje vai ser diferente!” Fazemos planos, nos organizamos… mas aí chegam as demandas do dia, da casa, da escola, das atividades, da natação, do futebol… e pronto, quando percebemos, já é noite. O cansaço bate, e tudo o que queremos é dormir. E mesmo assim, seguimos com o modo “mãe” ligado, porque meu filho só dorme comigo, agarradinho. Confesso: eu gosto muito desse momento. É só nosso. Às vezes com algumas bronquinhas, outras vezes com muito carinho, mas sempre com conexão. Nesse instante, repenso o dia, e até bate uma pontinha de culpa. Mas aí respiro fundo, abraço meu filho bem apertado e tenho certeza de que tudo valeu a pena. Fiz o meu melhor. E esse momento, ah, esse não tem preço. Adormeço pronta para enfrentar novamente todas as demandas do dia seguinte.
Ser mãe é, sem dúvida, a tarefa mais desafiadora que já assumi na vida. Educar, criar e formar um ser humano exige responsabilidade, compromisso, amor, dedicação, reflexão, autoavaliação, mudanças de hábitos e até a quebra de crenças e ciclos que considerávamos verdades absolutas. Não existe um “certo” ou “errado”, porque tudo envolve valores — e cada família tem os seus. Mas me arrisco a dizer que o maior desafio da maternidade não é só educar um filho: é resgatar a mulher que existe dentro de nós. Aquela que sonha, que tem vontades próprias (que nem sempre envolvem os filhos), que precisa se cuidar, se olhar e se sentir viva.
Quando me tornei mãe, eu acreditava que seria como virar uma chavinha: que eu simplesmente me transformaria em outra pessoa. E, de fato, nos transformamos: mudam nossas prioridades, nossa rotina, nossa vida. Mas quando falo do ser MULHER, percebo que, ao invés de me cuidar mais, eu passei a me cuidar menos. Nunca fui muito vaidosa, mas hoje faço as coisas só quando dá, quando consigo encaixar na rotina ou quando planejo muito bem antes. Sei que faz parte da maternidade — e sei que muitas de vocês podem estar pensando: “Bem-vinda ao mundo real”. Eu sei! Não romantizo a maternidade. Sei bem o que é viver tudo isso sem rede de apoio, enfrentando cada desafio do dia a dia.
Mas, vamos ser sinceras: algumas coisas poderiam ser um pouquinho mais simples, não acham?
Lembro de uma consulta em que minha médica disse: “Você precisa estar bem para cuidar bem dele” — referindo-se ao meu filho. Essa frase nunca saiu da minha cabeça, porque faz todo o sentido. Ela nos lembra que também precisamos de cuidado, de atenção, de olhar para nós mesmas como prioridade. Não podemos viver só no automático. É difícil, eu sei.
Algo que sempre gostei, mesmo antes da maternidade, foi praticar exercícios físicos — especialmente musculação. Hoje também faço spinning (aulas de bike), e isso tem me ajudado muito a reencontrar o equilíbrio, a lidar com as demandas do dia de forma mais leve.
Enfim, não estou aqui me lamentando, romantizando ou criticando a maternidade. Pelo contrário: estou te convidando a refletir. A se enxergar. A se resgatar enquanto mulher. Não é fácil — eu mesma ainda estou tentando — mas quando a gente compartilha e percebe que não está sozinha, tudo fica mais leve. Descobrimos que existem outras mulheres-mães passando por situações semelhantes, e isso nos fortalece, nos encoraja e nos inspira a tentar diferente.
Então, me conta: como anda a mulher que existe em você?
Ela está esquecidinha ou você tem olhado para ela com carinho?
Deixe seu comentário. A sua história pode se conectar com a de outras mães e, assim, ajudar a fazer a diferença. Afinal, todas nós estamos sobrevivendo à maternidade.